C.Francisca - Divulgação, Pablo Saborido 1 É Grátis / História e Arte

Dos cerca de 3000 imóveis tombados na cidade, alguns são tão protagonistas do imaginário popular que dispensam maiores apresentações. Outros, menos conhecidos, mas não menos interessantes, estão abertos à visitação e oferecem atividades para que não tenhamos desculpas para deixar de conhecê-los melhor e valorizá-los ainda mais. A lista a seguir conta com alguns exemplos desses, e já adianto que foi bem difícil fugir de injustiças ao ter que abrir mão de tantos outros!

Casa Dona Yayá. Foto: Divulgação

Casa Dona Yayá. Foto: Divulgação

Casa de Dona Yayá

Testemunho do início da ocupação da região do Bixiga e do desenvolvimento de São Paulo, a casa é um dos últimos remanescentes das chácaras que então se localizavam fora da região central da cidade. Construída no fim do século 19, serviu de retiro para Sebastiana de Mello Freire – a D.Yayá, herdeira de uma família da alta sociedade que alegadamente sofria de distúrbios psicológicos – de 1919 a 1961, ano em que faleceu. Abriga desde 2004 o Centro de Preservação Cultural da USP, que incentiva a sua preservação por meio de atividades ligadas à história da casa, do bairro e ao patrimônio cultural.

Site CPC da USP. Rua Major Diogo, 353. Tel.: (11) 2648 1501/1502. Segunda a sexta, das 9h às 17h; Domingos, das 9h às 13h (quando houver atividade agendada). Entrada gratuita. Metrô: Estação Anhangabaú (Linha 3/Vermelha)

Vila Penteado Foto: Claudio Zeiger

Vila Penteado
Foto: Claudio Zeiger

Vila Penteado

Talvez o mais relevante entre os poucos exemplares arquitetônicos do estilo Art Nouveau na cidade, é de autoria do sueco Carlos Ekman e foi erguida como duas casas em uma, em 1902, para abrigar duas das famílias mais importantes de São Paulo na época, a Prado e a Penteado. Abrigou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP de 1949, quando a casa foi doada à instituição, a 1968, ano em que foi inaugurada a Cidade Universitária. Hoje, ali funcionam a sede e os cursos da Pós-Graduação dessa mesma faculdade.

Site FAU – USP / Vila Penteado. Rua Maranhão, 88. Tel.: (11) 3017 3159. Visitas com agendamento pelo email comunicacaofau@usp.br (Tratar com Rosana). Entrada gratuita. Ônibus: Linha 408A-10: Machado de Assis – Cardoso de Almeida

Banco - Caroline Domanoski

Antigo Banco de São Paulo Foto: Caroline Domanoski

Antigo Banco de São Paulo

Vizinho dos emblemáticos edifícios Martinelli e Altino Arantes, foi construído para abrigar a sede do antigo Banco de São Paulo na década de 1930, ostentando um dos melhores trabalhos no estilo Art Déco da cidade, projetado pelo arquiteto Álvaro de Arruda Botelho. Abrigando atualmente a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude estadual, permite a visitação do saguão original do banco (com destaque para o maravilhoso elevador preservado). Na minha opinião, está entre os edifícios mais bonitos de São Paulo.

Site Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. Praça Antônio Prado, 9 / Rua 15 de Novembro, 347 (Acesso ao saguão). Tel.: (11) 3241 5822. Segunda a sexta, das 9h às 16h. Entrada gratuita. Metrô: Estação São Bento (Linha 1/Azul)

Morrinhos Foto: Sylvia Masini

Morrinhos
Foto: Sylvia Masini

Sítio Morrinhos

Voltando um pouco mais no tempo, mais precisamente ao início do século 18, chegamos a esse conjunto que integra o Museu da Cidade de São Paulo e também abriga o Centro de Arqueologia municipal. Originalmente, a casa principal funcionava como a sede residencial de um sítio, antes do terreno ser loteado para o desenvolvimento do atual bairro, na década de 1950. Algumas construções anexas datam da segunda metade do século 19 e do início do século 20, complementando a original de arquitetura “bandeirista”.

Site Sítio Morrinhos / Centro de Arqueologia de São Paulo. Rua Santo Anselmo, 102. Tel.: (11) 2236 6121 / 2208 7717 (Centro de Arqueologia). Terça a domingo, das 9h às 17h. Entrada gratuita. Ônibus: Linha 2012-10: Vila Ede – Metrô Tietê

IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil Foto:Rafael Schmidt

IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil
Foto:Rafael Schmidt

Sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil

Projeto assinado por oito arquitetos – dentre eles Rino Levi, um dos que revolucionaram a arquitetura na cidade -, foi o vencedor de um concurso que teve Oscar Niemeyer entre os jurados e se tornou um grande responsável pela consolidação do estilo modernista na arquitetura nacional ao ser concluído, em 1949. Ali funciona a sede paulista do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) e são oferecidas visitas monitoradas aos interessados em conhecer o edifício.
Site IAB. Rua Bento Freitas, 306 (4o andar). Tel.: (11) 3259 6866 / 3259 6149. Segunda a sexta, das 9h30 às 17h. Entrada gratuita. Metrô: Estação República (Linha 3/Vermelha e Linha 4/Amarela)

Casa Francisca - Divulgação, Pablo Saborido

Casa Francisca – Divulgação, Pablo Saborido

Palacete Tereza Toledo Lara

Conhecido antigamente como “a esquina musical de São Paulo”, o palacete – projetado pelo alemão August Fried – foi inaugurado em 1910 e abrigou a Rádio Record nos meados do século, além de diversas lojas de instrumentos musicais, como a Casa Bevilacqua. Mantendo essa linha, funciona ali desde o ano passado a Casa de Francisca, que se autointitula “a menor casa de shows de São Paulo” e promove espetáculos musicais mais intimistas.

Site Casa de Francisca. Rua Quintino Bocaiúva, 22. Tel.: (11) 3052 0547. Quarta a sexta, das 11h30 às 15h e das 19h30 à 1h; Sábados, das 12h às 15h e das 20h à 1h30; Domingos e feriados conforme a programação. Metrô: Estação Sé (Linha 1/Azul e Linha 3/Vermelha)

Museu Lasar Segall Foto: Sérgio Guerrini

Museu Lasar Segall
Foto: Sérgio Guerrini

Museu Lasar Segall

Funcionou como residência e ateliê do artista nascido na Lituânia até ser convertida em museu, em 1967. Projeto do arquiteto Gregori Warchavchik – autor da Casa Modernista, no mesmo bairro – foi construída na década de 1930 em um estilo ainda inovador para a época, quando o modernismo arquitetônico apenas engatinhava no Brasil. Além do acervo de obras de Lasar Segall, oferece atividades culturais e cursos nas áreas de artes e literatura, e também uma coleção especializada em artes do espetáculo e fotografia na biblioteca.

Site Museu Lasar Segall. Rua Berta, 111. Tel.: (11) 2159 0400. Quarta a segunda, das 11h às 19h. Entrada gratuita. Metrô: Estação Santa Cruz (Linha 1/Azul)

Correios Foto: Marcia Minillo

Correios
Foto: Marcia Minillo

Centro Cultural Correios

Reinando imponente no Vale do Anhangabaú, o Palácio dos Correios data de 1922 e foi projetado pelo escritório Ramos de Azevedo, responsável também pelo Teatro Municipal, ali pertinho. Apesar de ser bastante conhecido, muita gente não sabe que, além da Agência Central de São Paulo e da Agência Filatélica D.Pedro II, ali existe um centro cultural desde 2013, oferecendo uma programação voltada para as artes visuais, música e humanidades.

Site Centro Cultural Correios. Av. São João, s/n, Vale do Anhangabaú. Tel.: (11) 2102 3690. Terça a domingo, das 11h às 17h. Entrada gratuita. Metrô: Estação São Bento (Linha 1/Azul)

Teatro Oficina Foto: Isidoro Singer

Teatro Oficina
Foto: Isidoro Singer

Teatro Oficina

Muito lembrado por conta dos – tantas vezes polêmicos – espetáculos do diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, o Oficina é uma das instituições culturais do Bixiga. Teve o projeto da sua renovação assinado pela arquiteta Lina Bo Bardi, que dispensa maiores apresentações, em 1986, tendo sido reaberto na sua atual configuração sete anos depois. Conquistou a fama pela forma inusitada em que foi concebido, fugindo das concepções arquitetônicas tradicionais dos teatros e incentivando a interação entre o público e os atores.
Site Teatro Oficina. Rua Jaceguai, 520. Tel.: (11) 3104 0678. Visitas com agendamento pelo email contato@teatroficina.com.br. Ônibus: Linha 475M-10: Jd. da Saúde – Term. Amaral Gurgel

Casa Godinho Foto: André Braga

Casa Godinho
Foto: André Braga

Casa Godinho

Apesar do lugar em si já valer a visita, outro grande motivo é ter sido o primeiro estabelecimento comercial a ser tombado como patrimônio imaterial da cidade, em 2013. Isso porque foi fundada em 1888 na praça da Sé e funciona no endereço atual – no térreo do Ed. Sampaio Moreira, que foi o primeiro “arranha-céu” de São Paulo – desde 1924, mantendo as características tradicionais da época. Dizem que nomes como Assis Chateaubriand e Jânio Quadros constavam na lista de clientes ilustres que buscavam “produtos de qualidade” por ali.

Site Casa Godinho. Rua Líbero Badaró, 340. Tel.: (11) 3105 1625 / 3104 1520. Segunda a sexta das 7h às 18h45. Entrada gratuita. Metrô: Estação São Bento (Linha 1/Azul)

Foto destaque: Casa Francisca, foto Pablo Saborido

Tem alguma sugestão para esta lista? Conhece alguma delas? Comente aqui.

[et_bloom_inline optin_id=optin_1]

Formado em Arquitetura e Patrimônio Urbano, Flavio tem um interesse especial por cidades e suas histórias. Conhecer e divulgar as atrações e a cultura de um lugar, fazendo com que os seus moradores e visitantes se apropriem, cuidem e desfrutem dele, é um dos seus principais sonhos/objetivos.

Comments

  1. Alessandra Lima Says: julho 8, 2017 at 1:22 am

    Faltou nessa lista a fundação Ema Klabin, a casa-museu da grande empresária, mecenas e colecionadora de arte. Já visitei e é fascinante conhecer a casa, sua coleção… É como voltar no tempo. No sábado a visitação é grátis! Vale a pena!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WhatsApp chat