Explore as belezas naturais e praias de Ubatuba bate e volta / Viagens por aí

Último município do litoral norte de São Paulo, Ubatuba se espalha ao longo de, aproximadamente, 100 quilômetros de costa, onde a união entre mais de 100 praias – a maior quantidade do litoral paulista -, 20 ilhas e a Mata Atlântica – que ocupa 80% do seu território – proporciona alguns dos mais belos cenários do país. Foi nomeada oficialmente a Capital do Surfe do estado em 2007, sediando campeonatos nacionais e internacionais, mas tem também praias de águas calmas.

A estrada Ubatuba-Caraguatatuba impulsionou o turismo e em 1967 o município foi classificado como Estância Balneária, o que, juntamente à abertura da rodovia Rio-Santos em 1975, consolidou a vocação turística de Ubatuba. E é por ela, a BR 101, que vamos atravessá-la de cabo a rabo.

Praia do Cedro Wikimedia

Praia do Cedro
Wikimedia

Passeio de escuna na Ilha Anchieta

Passeio de escuna na Ilha Anchieta

Quilômetros de belas praias

Assim que entramos no município vindos da vizinha “Caraguá”, a primeira praia de fácil acesso, logo à beira da estrada, é a Praia da Maranduba, com os seus bares, quiosques e movimento intenso. Os bairros vizinhos complementam essa estrutura com comércio e serviços variados, assim como opções de hospedagem. Praticamente continuação da Maranduba, a Praia do Sapê é de perfil parecido, e a praia seguinte, a da Lagoinha, é mais residencial na beira mar, mas também conta com alguma estrutura turística e de serviços na altura da estrada. Dali é possível acessar a conhecida Trilha das Sete Praias, que passa pelas praias do Oeste, do Perez, do Bonete, Grande do Bonete, do Cedro, Deserta e, por fim, a da Fortaleza, que já serviu de abrigo para corsários e piratas, e hoje conta com uma boa estrutura de hospedagem e alimentação, sendo também muito procurada para mergulhos.

Continuando pela rodovia, a extensa Praia Dura é a próxima de acesso fácil, e de lá pode-se pegar uma estradinha que leva direto à Praia da Fortaleza, pelo lado oposto ao da Trilha das Sete Praias, passando por outras praias. Mais adiante, de volta à Rio-Santos, a Praia do Lázaro é bastante procurada, e a diversidade de bares, comércio e hospedagem justificam o movimento durante a temporada, mas também as suas paisagens naturais e o belo pôr do sol. A um caminho de distância dali, a Praia Domingas Dias é uma vizinha menor e bem mais tranquila, ótima opção para uma escapada a pé.

Praia do Lázaro Wikimedia

Praia do Lázaro
Wikimedia

Para dar um tempo da estrada, é do Saco da Ribeira que sai grande parte – se não a maioria – dos barcos de passeio, sejam lanchas, escunas ou veleiros. Esse é o principal centro náutico de Ubatuba, e além dos serviços marítimos especializados, oferece uma boa estrutura para o turismo, com comércio variado, pousadas e restaurantes. Um dos principais passeios que saem de lá é para o Parque Estadual da Ilha Anchieta (http://www.ilhaanchieta.com.br) – a segunda maior ilha do litoral paulista, depois de Ilhabela – que abriga um antigo presídio desativado, praias, trilhas ecológicas e pontos de mergulho. Se passear de barco não for o caso, vale uma parada no mirante que fica à beira da rodovia e oferece uma vista bem bonita dos barcos ancorados.

Seguindo viagem estrada afora, passamos pela conhecida Praia do Perequê-Mirim, com águas tranquilas e infraestrutura de serviços – e de onde sai a trilha para a pequena Praia de Santa Rita – antes de alcançarmos a badalada Praia da Enseada, uma das mais visitadas do município. E como era de se esperar, esse título significa que ali se pode contar com as comodidades necessárias para uma visita bem descomplicada (lê-se: quiosques, alimentação, hospedagem e afins).

Praia Grande Wikimedia

Praia Grande
Wikimedia

Já chegando à cidade de Ubatuba, o agito atinge o seu auge na Praia Grande, a mais urbanizada e com a maior quantidade de prédios – ainda que baixos – à beira mar. Na alta temporada, é onde o movimento na estrada também atinge o seu auge devido à grande quantidade de veículos, ciclistas, banhistas, surfistas, vendedores ambulantes e o que mais estiver se locomovendo por ali. Portanto, traga um pouco de paciência também! De resto, acho que nem é preciso falar que a estrutura de serviços oferecida é bem proporcional à demanda.

Para uma última escapadinha antes da chegada à região central da cidade, a Praia do Tenório fica logo ali com os seus bares, guarda-sóis e águas tranquilas, ainda que fique bem cheia durante a alta temporada. E para uma bela escapada da civilização – ou quase isso – a semi-deserta Praia do Cedrinho – que alguns consideram a mais bonita de Ubatuba! – fica a alguns poucos quilômetros da Tenório, seguindo por uma estradinha e mais uns 800 metros de trilha, e recompensa o esforço com areia fofa e mar calminho, praticamente uma piscina natural.

Praia do Itaguá Wikimedia

Praia do Itaguá
Wikimedia

Passear no centro

Dando uma pausa no roteiro praiano, o centro de Ubatuba conta com boas atrações para passar uma tarde, uma noite, ou até um dia inteiro – dica para quando vier aquela chuva que por aqui não é tão rara. Chegando pelo bairro do Itaguá, o calçadão à beira mar convida a um passeio pelos seus quiosques, bares, restaurantes e lojinhas ao longo da praia de mesmo nome. Mais adiante, uma praça bem curiosa, a Praça da Baleia, onde o esqueleto de uma baleia que encalhou já morta na Praia Grande está exposto desde 2010. Logo ao lado, o Aquário de Ubatuba (http://aquariodeubatuba.com.br/) é um dos principais atrativos da cidade, e há 20 anos procura conscientizar os seus visitantes sobre a conservação do meio ambiente marinho e a sua rica biodiversidade, assim como a base local do Projeto Tamar (http://tamar.org.br/centros_visitantes.php?cod=9), única no estado de São Paulo e uma das mais importantes do Brasil. Na cidade desde 1991, dispõe de um centro de visitantes focado na educação ambiental com tanques e aquários de tartarugas marinhas, exposições e o Museu Caiçara, onde procura valorizar e difundir essa cultura tradicional.

Caminho da Praia do Cedro wikimedia

Caminho da Praia do Cedro
wikimedia

Já no centro histórico, o grande destaque é o Sobradão do Porto (http://fundart.com.br/dt_portfolio/sobradao-do-porto/), mencionado lá no começo do texto. Construído em 1846 e restaurado recentemente, integra a Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba, a FundArt, responsável pela política cultural do município. Está localizado na Praça Anchieta, em frente ao calçadão da Praia do Iperoig, ou Cruzeiro, que conta com feira de artesanato, parque de diversões, pista de skate e muito comércio. Ali pertinho fica a Igreja Matriz da cidade, na Praça Exaltação da Santa Cruz, e após o calçadão, seguindo para o norte, a Barra dos Pescadores, um dos principais pontos de comércio pesqueiro e que engloba a Ilha dos Pescadores e o Mercado Municipal de Peixes.

Sobradão do Porto no centro histórico de Ubatuba wikimedia

Sobradão do Porto no centro histórico de Ubatuba
wikimedia

Litoral Norte

Deixando a cidade para trás, chegamos ao litoral norte do município, região menos habitada e com praias maiores e de mar aberto. O próximo destino é a Praia Vermelha do Norte, com as suas águas agitadas – que a faz popular para a prática do surfe – alguns quiosques, um camping e até um parque aquático que também promove festas e shows. Em contraponto, a seguinte Praia do Alto é pequena e mais tranquila, sendo o seu acesso através de uma trilha íngrime que dura uns 10 minutos a partir da estrada. Chegando cedo, dá pra garantir um cantinho sob a sombra das suas muitas árvores.

Parada seguinte: a Praia de Itamambuca, famosa pelo surfe, sedia campeonatos nacionais e mundiais dessa modalidade durante o inverno, quando as ondas ficam ainda mais favoráveis. O bairro conta com uma boa estrutura de comércio e hospedagem, e na praia, quiosques dão conta de atender o movimento. Partindo dali, a trilha de quase uma hora para a Praia Brava de Itamambuca, deserta, arborizada e com o mar agitado.

Voo de gaivotas na praia das Almadas wikimedia

Voo de gaivotas na praia das Almadas
wikimedia

Também considerada uma das mais belas de Ubatuba, a Praia do Félix tem duas caras: de um lado, águas tranquilas e pedras que formam uma piscina natural; de outro, ondas propícias para a prática do surfe. Seja qual for o lado escolhido, barracas na praia e pousadas e restaurantes no condomínio local – de acesso liberado – atendem a todos. Praia vizinha, a do Prumirim é mais sossegada, e igualmente linda. Dali partem barcos até a ilha de mesmo nome, e quem já foi diz que vale muito a pena. Pra quem fica, pode-se aproveitar uma lagoa em um dos lados da praia e uma cachoeira à beira da estrada. E pra quem quer ficar um pouco mais, há também a opção de acampar por lá.

Seguindo o caminho, duas grandes praias divididas por um rio: a Ubatumirim e a Estaleiro do Padre. São bem planas e de mar tranquilo, muito frequentadas. De perfil mais rústico, alguns quiosques e campings atendem os moradores e visitantes. Já um pouco mais distante da Rio-Santos, a Praia da Almada é quase o total oposto das duas anteriores; menor e com serviços mais sofisticados – de drinks a pratos com frutos do mar fresquinhos levados até você – dá acesso à quase deserta Praia Brava da Almada através de uma trilha de meia hora que passa pela Praia do Engenho, com algumas casas e pescadores.

Já quase no fim do roteiro, a enorme Praia da Fazenda já serviu de cenário para filmagens como “A Muralha”, “A Casa das Sete Mulheres” e “Ilha do Castelo Rá-Tim-Bum”, provavelmente porque, apesar da extensão – e além da beleza – é bem sossegada e preservada, não oferecendo nenhum serviço aos poucos visitantes. Outra boa surpresa é que dali se chega à Praia das Conchas, quase um segredo bem guardado: muitas conchas, pedras e águas cristalinas que são acessíveis somente quando a maré está baixa. E para finalizar com o devido reconhecimento, ali bem ao lado da Fazenda, a pequena Praia de Picinguaba com o seu diferencial: abriga uma colônia de pescadores do século 18 que foi tombada como patrimônio histórico.

Ilha Anchieta wikimedia

Ilha Anchieta
wikimedia

Outras atrações

Como se não bastasse toda essa diversidade de praias e passeios, Ubatuba também satisfaz quem quer admirar essas e tantas outras paisagens – ao mesmo tempo – de outro ponto de vista: o Pico do Corcovado, que, do alto dos seus 1.160 metros de altura, proporciona não só a vista maravilhosa, mas toda a aventura de subir até lá, sendo uma das principais opções de ecoturismo de montanha da região. E para deixar um último gostinho – literalmente – das inúmeras atrações locais, vale destacar o Azul Marinho, talvez o prato mais representativo da culinária caiçara de Ubatuba, feito com peixe cozido com banana e servido com arroz e pirão do caldo do próprio peixe. Isso sem mencionar todo o resto dessa cultura de raiz com fortes influências indígenas e portuguesas, que fica pra quem animar a ir se encantar pessoalmente.

Saiba onde ficar, comer, atrações eventos e outras informações no site: www.vivaubatuba.com.br

Dica de transporte para as praias: http://verdebus.com.br/

[et_bloom_inline optin_id=optin_1]

Formado em Arquitetura e Patrimônio Urbano, Flavio tem um interesse especial por cidades e suas histórias. Conhecer e divulgar as atrações e a cultura de um lugar, fazendo com que os seus moradores e visitantes se apropriem, cuidem e desfrutem dele, é um dos seus principais sonhos/objetivos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

WhatsApp chat