São Francisco Xavier: destino para quem gosta de trilhas, cachoeiras e sossego bate e volta / Na natureza / Viagens por aí

Rodeado por cidades como Monte Verde, Gonçalves e Campos do Jordão, São Francisco Xavier é uma opção menos usual (e, para mim, até então desconhecida) de passeio na região da Serra da Mantiqueira.

Destino de ecoturismo, os atrativos da cidade são as trilhas em meio a mata, cachoeiras e picos com vista para a serra. Uma das trilhas, por exemplo, tinha uns 10 km e seguia até Monte Verde (pelo que li, o pessoal muito atlético levava ao menos 5 horas no percurso de ida e volta). Como meu sedentarismo atual não me permitia tamanha ousadia, procurei opções mais viáveis.

Encontrei, então, as trilhas do Pouso do Rochedo (uma das pousadas de São Francisco Xavier). Em sua propriedade, existem oito cachoeiras e trilhas autoguiadas muito bem cuidadas. Quem se hospeda na pousada tem livre acesso durante a estadia.

Entretanto, pagando uma taxa (atualmente de R$20,00 por pessoa) você consegue acesso de visitante e pode percorrer todas as trilhas. A pousada limita a permanência dos visitantes em cerca de 4 horas (é o tempo que se leva para fazer a trilha calmamente)

Dia 25 de agosto Viagem São Francisco Xavier

Teremos oportunidade de experimentar, através dessa saída, a essência de um recanto escondido, repleto de cenários bucólicos que conserva muitas de suas tradições. Vamos visitar: Centro histórico e produção artesanal local, Igreja de São Francisco Xavier, Igreja de São Sebastião, Alto da Serra da Mantiqueira.

Reservas: passeios@passeiosbaratosemsp.com.br ou whatsapp 94562-3015

Valor: R$ 225 por pessoa através de depósito ou transferência bancária

Valor cliente Passeios Baratos em SP: R$ 215

Pagamento em duas vezes: primeira parcela  50% ate  15 de julho e segunda parcela 15 de agosto 50%.

O pacote inclui: Transporte em ônibus ou micro-ônibus especial de turismo, com guia especializado credenciado pelo Ministério do Turismo, kit-lanche,  seguro-viagem e almoço em restaurante local

Rumo a São Francisco Xavier

São Francisco Xavier fica a 60km de São José dos Campos, rapidinho, né? Nem tanto. O caminho é cheio das curvas e o limite de velocidade é de no máximo 60km/h (em grande parte do trajeto é de 40km/h).

Depois de várias curvas, vacas e cabritos e mais de uma hora de percurso, chegamos ao trevo de São Francisco Xavier. Ali entramos na Estrada de Santa Bárbara e, depois de passarmos pela Pousada sem reparar nela, demos a volta e chegamos enfim (pouco antes das 9h!).

Pouso do Rochedo

A trilha é autoguiada e bem sinalizada, há, inclusive, cordas para ajudar a descer em lugares mais íngremes ou com pedras que podem escorregar.

Primeira parte da trilha: Cachoeiras

A trilha é bem aberta e acessível no início, já com uma subidinha de leve para ir eliminando a preguiça. Três passos depois o moletom (estava até que frio) perdia o sentido da existência.

Pouco depois começamos a descida em direção a primeira atração da trilha: a Cachoeira da Mata. A água ainda estava bem gelada, mas a visão já valeu a pena.

Vista da Serra da Mantiqueira, a partir do Mirante Pouso do Rochedo, localizado na pousada Pouso do Rochedo, em São Francisco Xavier.
Vista da Serra da Mantiqueira, a partir do Mirante Pouso do Rochedo, localizado na pousada Pouso do Rochedo, em São Francisco Xavier.

Estrada de Santa Bárbara

A trilha é autoguiada e bem sinalizada, há, inclusive, cordas para ajudar a descer em lugares mais íngremes ou com pedras que podem escorregar.

Placas indicam as direções, na trilha autoguiada
Placas indicam as direções, na trilha autoguiada

Como o tempo estava feio há alguns dias, não tinha uma alma (visível, pelo menos) por lá.  Assim pudemos andar por tudo sem a “pressão” de sermos ultrapassados e, muito mais relevante, sem sermos incomodados pelo barulho alheio (as pequenas alegrias de uma introvertida).

Primeira parte da trilha: Cachoeiras

A trilha é bem aberta e acessível no início, já com uma subidinha de leve para ir eliminando a preguiça. Três passos depois o moletom (estava até que frio) perdia o sentido da existência.

Trilha limpa e bem delimitada
Trilha limpa e bem delimitada

Pouco depois começamos a descida em direção a primeira atração da trilha: a Cachoeira da Mata. A água ainda estava bem gelada, mas a visão já valeu a pena.

Cachoeira da mata, no Pouso do Rochedo
Cachoeira da mata, no Pouso do Rochedo

A trilha acompanha as cachoeiras bem de perto, por isso fica bem mais estreita e com degraus que podem forçar um pouco um joelho podre. Esses degraus muitas vezes são de pedra e, para não ter risco de escorregar, cabos de aço servem de corrimão.

Nessa primeira parte do percurso, passamos por quatro cachoeiras: a da Mata, dos Taperás, da Mina e da Escada. No meio da vegetação e da água em suspensão, o calor passa e você entra naquele clima úmido que desacredita a sinusite.

Cachoeira dos Taperás, no Pouso do Rochedo
Cachoeira da Mina ou da Escada (não me recordo)
Cachoeira da Mina ou da Escada (não me recordo)

Além das cachoeiras, a trilha era serpenteada por cursos d’água e, de quando em quando, encontrávamos piscinas naturais.

Água por toda a trilha
Água por toda a trilha
Embora o dia não estivesse dos mais quentes, depois de andar 1 km, nadar nas piscinas naturais seria uma alternativa. Só faltou o traje apropriado.

Depois um quilômetro bem vagaroso e contemplativo (feito em cerca de 45 minutos), chegamos a um campo de futebol e uma castanheira. Dali cruzamos uma ponte e seguimos para a segunda parte da trilha.

Atravessando a ponte, demos um adeus efêmero aos riachos e um olá mais duradouro à subida.
Atravessando a ponte, demos um adeus efêmero aos riachos e um olá mais duradouro à subida.

Segunda parte da trilha: que comece a subida

Há duas trilhas diferentes que levam ao primeiro mirante. Nos recomendaram subir pela trilha da Montanha e retornar pela trilha do Pinhal. Assim o fizemos.

A trilha tem subidas bem cansativas, lembrando que minha referência é ser cansativo para uma criatura sedentária. Alguns pequenos trechos são em terreno quase plano, o que permite um descanso vez ou outra. Fiz algumas pequenas paradas para recuperar o fôlego e imagino que se tivesse ido em um dia quente, muitas mais seriam necessárias.

Depois de uma curva e subida, bem acentuadas por sinal, começamos a vislumbrar, por trás das muitas árvores, os morros.

Durante a subida, é possível avistar parte da serra por entre a vegetação
Durante a subida, é possível avistar parte da serra por entre a vegetação

Pausa para espiar a paisagem, tirar fotos e descansar um pouquinho

A trilha da Montanha termina no Mirante Pouso do Rochedo, a 1800 metros de altura em relação ao nível do mar. Nele, desembocam as duas trilhas (Montanha e Pinhal). A partir dele já se tem uma ótima visão da serra, então se você não for aguentar o resto da subida, nem precisa ficar tão triste.

Terceira parte da trilha: que continue a subida…

Depois do primeiro mirante, ainda restavam 750 metros (segundo o mapa) de trilha e 5% de disposição. Já estávamos bem cansados e, a cada curva da trilha, olhávamos para cima e pensávamos: ali deve estar o mirante… Só que não. E isso repetidamente. Minhas pernas já não queriam mais obedecer, até que me motivaram pela última vez: essa era a derradeira subida. Enfim!

Exaustos. Essa é a palavra. Levamos praticamente 1 hora para percorrer os 2 km desde a ponte (descontando o tempo nos mirantes). Mas tudo bem, agora estávamos sentados, descansando e observando a paisagem.

Vista da Serra da Mantiqueira
Vista da Serra da Mantiqueira

Este último mirante fica a 2000 metros de altitude e se chama Mirante do Cruzeiro, como era de se esperar, há uma cruz.

Mirante do Cruzeiro
Mirante do Cruzeiro

Só o barulho do vento nas árvores e o belo panorama.

Quarta parte da trilha: descidas e descidas

O coração agradece e o joelho reclama: descidas. Ao chegar no primeiro mirante, topamos com uma família que subia até o Mirante do Cruzeiro. O pai, que já tinha ido antes, estava animado ainda, a mãe e os filhos estavam com a nossa cara de canseira. Fomos animadores e falamos que dava para chegar, mas tivemos que fazer o alerta de que ia cansar muito mais do que chegar até ali.

Tomamos a outra trilha (do Pinhal) rumo a ponte. Encontramos bicas d’água no caminho e abastecemos nossas garrafas com água gelada! Seguimos para a última parte da trilha.

Quinta parte da trilha: de volta às cachoeiras

Continuamos o caminho inicial, seguindo a trilha das cachoeiras para ver as últimas três: Cachoeira do Degrau Furado, Cachoeira Santa Bárbara (a maior delas) e Cachoeira da Gruta.

Cachoeira Degrau Furado
Cachoeira Degrau Furado

Cachoeira da Gruta

A cachoeira Santa Bárbara é a maior delas e começamos a vê-la desde a parte superior da queda.

A início da queda da Cachoeira Santa Bárbara
A início da queda da Cachoeira Santa Bárbara

E finalmente a melhor vista de cachoeira de todo o passeio:

Cachoeira Santa Bárbara

Iniciamos a trilha às 9 da manhã, percorremos quase 6 km de subidas e descidas cansativas, vimos 7 cachoeiras (a oitava fica perto do campo de futebol e esquecemos), vimos parte da Serra da Mantiqueira desde uma altura de 2000 metros, encontramos esquilos e pouco depois das 13h chegávamos ao carro para percorrer mais 60km sinuosos até São José dos Campos.

São Francisco Xavier

Como chegar: mapa

Trilhas Pouso do Rochedo

Como chegar: mapa

Site oficial: pousodorochedo.com.br

Post original publicado no blog Alma de Turista por Roberto Shima.  Leia mais no blog. 

O blog Alma de Turista foi criado para ajudar e entreter qualquer um que queira planejar (nem que seja mentalmente, por enquanto) uma viagem. Para isso compartilharemos nossas experiências enquanto turistas, exploraremos lugares que ainda não vimos pessoalmente e disponibilizaremos todo o tipo de informação que julgarmos interessante e relevante.


Meu nome é Patrícia Ribeiro. Sou formada pela Faculdade Cásper Líbero e já trabalhei como editora e repórter em revistas, jornais, sites e em assessoria de imprensa. Adoro contar histórias, sou curiosa e gosto de ouvir as pessoas. Como gosto de viajar, acabei escrevendo muitas reportagens de viagens e turismo e produzi guias de viagem nacionais e internacionais. Adoro a vida cultural da cidade e descobrir lugares novos. Resolvi aliar o que eu gosto do que faço no meu tempo livre neste blog e compartilhar minhas dicas com moradores e visitantes.

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